Anos 1 a 4

Noites de Tormenta, Nicholas Sparks

07:51





"O amor vem em qualquer idade, em qualquer momento, e muitas vezes, quando menos esperamos."

SINOPSE
"Aos 45 anos, Adrienne Willis repensa toda a sua vida quando o marido a abandona por uma mulher mais jovem. Com o coração partido e em busca de descanso, ela segue para a pequena cidade de Rodanthe, na Carolina do Norte, para cuidar da pousada de uma amiga. Quando uma tempestade terrível se aproxima, Adrienne começa a achar que sua fuga perfeita está arruinada - isso atá a chegada do novo hóspede, o Dr. Paul Flanner. Aos 54 anos, o médico chega a Rodanthe para repensar sua profissão e relação com a família. Agora, em meio à tempestade que os cerca, os dois seres feridos procurarão conforto um nos braços do outro - e esse único fim de semana despertará sentimentos que irão acompanhá-los pelo resto de suas vidas."

Eu sou simplesmente fã de diversos romances de Nicholas Sparks. Na verdade, sou fã principalmente daqueles romances que fogem da perfeição e também mostram as dificuldades de uma relação. Foi assim com Noites de Tormenta, que já é diferente pelo fato dos personagens principais serem mais velhos e já terem passado por um casamento que chegou ao fim. Aproveito para agradecer a tia Dani que me deu esse livro de presente de aniversário, obrigada Dani!
Eu sou do tipo que acredita que o amor não surge, ele vai crescendo aos poucos, o que não acontece nesse romance. Em um único fim de semana, o amor entre Adrienne e Paul nasce e cresce intensamente. Ainda assim, o livro não me decepcionou.

 * Amo a forma como Nicholas escreve sobre o amor e principalmente como ele descreve tão bem as cenas de modo que me peguei ouvindo as ondas enquanto lia. *

Voltando a história, o pouco tempo que Adrienne e Paul passam juntos é capaz de transformar a vida de ambos, que estavam totalmente perdidos antes de viajar para Rodanthe. Eles passam bastante tempo juntos conversando, de modo que passam a se conhecer tão bem que têm certeza de que querem ficar o resto de suas vidas juntos.
Contra a vontade de ambos, mas necessariamente, eles passam um ano afastados, trocando cartas e telefonemas, o que torna o romance ainda mais bonito com os trechos de saudades escritos por Paul.

DESTAQUES (clique nas fotos para ampliar)

Anos 1 a 4

Clarissa Corrêa: Ele, só ele

07:36



Ele me mudou tanto. Não consigo entender exatamente onde as mudanças começaram. Mas foram muitas. E acho que foi devagar. Se fosse rápido eu teria sentido. E talvez tivesse pisado forte no freio. Ninguém gosta de mudança, já que toda mudança implica uma perda. Quando a gente muda acaba saindo da zona de conforto. E a zona de conforto é, como o próprio nome diz, confortável, segura, boa.
Ele me deixou mais forte. A gente nunca percebe a força que tem até acontecer algo. E quando esse algo acontece, plim, surge aquela força absurda. E a gente se surpreende com as reações, pensamentos, sensações.
Ele me levou algumas pessoas. Poxa, eu lamento dizer isso, mas ninguém é eterno. E sabe aquele seu amigo muito amigo? Ele vai te deixar chateado. E sabe aquela pessoa incrível que você contava? Ela vai te decepcionar. E sabe aquela colega que almoçava todas as quartas junto com você? Ela vai passar a almoçar com outra pessoa depois que uma de vocês mudar de emprego. A vida é assim: traz algumas pessoas e afasta outras.
Ele me mostrou o que é um sentimento. É que nem sempre a gente sabe. Às vezes é necessário um empurrãozinho. Um beliscão. Uma queda ou um peteleco na orelha. A coisa está ali, ao seu lado, e nem sempre os seus olhos estão bem abertos para enxergar.
Ele me ensinou que os dias nem sempre são ensolarados. E que a chuva tem a sua beleza. O cinza também. E que nada é eterno. E que ninguém ganha sempre. E que esse é o grande barato de tudo. Essa inconstância, essa incerteza, essa interrogação.
Ele me fez ver que a beleza vai além de um salto alto, uma sombra preta, uma chapinha e unhas bem feitas. E que dinheiro não compra caráter. E que educação não está em nenhuma prateleira do supermercado.
Ele me fez acreditar que tudo passa. Que nenhuma dor é para sempre. Que nenhuma alegria dura 365 dias. Que a gente vive numa gangorra. E que o ditado “um dia é da caça, o outro do caçador” é a coisa mais verdadeira que existe.
Ele me deixou enciumada. É que todo mundo sabe quem ele é. Todo mundo já sentiu os efeitos que ele traz. Todo mundo já provou o seu sabor. E já se jogou em seus braços.
Ele, o tempo.

Clarissa Corrêa

Anos 1 a 4

Sobre aquilo que eu falei

21:29

Não sei o que é. Eu costumo dizer que é melancolia ou nostalgia, não sei. Não é tristeza. É como se faltasse algo, não acho que deve ser carência. É simplesmente um estado de sensibilidade. Isso! Um simples gesto pode me tocar de forma inesperada. Posso sorrir ou chorar. Tem um pouco de ansiedade, sim. Como se eu estivesse esperando algo, como se algo estivesse pra acontecer e na verdade, nada acontece. Continuo feliz apesar disso. Cercada de pessoas que amo e que me amam também. Parece que preciso ainda mais delas nessas horas. Como se eu estivesse sem vê-las há anos. Solitária dentro de mim.

Não tem problema. Amanhã passa, eu sei. Isso sempre acontece. Fico mais feliz por saber que pessoas especiais me ouviram e se importaram. Sim, isso me faz me sentir melhor.

Anos 1 a 4

Ninguém aprendeu a ler mentes

07:32


Para mim, falar é uma das habilidades mais incríveis. Foi uma das primeiras que eu e a maioria das pessoas aprendeu. E por que algumas pessoas têm medo de usá-la? Sinceramente, não sei.

Sempre observei que as pessoas têm medo de falar e depois de ler algo que uma amiga escreveu, tinha que dar minha opinião. Sinceramente, qual o problema de abrir a boca e falar o que sente, o que acha? Tá, eu sei. Para algumas pessoas isso é a coisa mais difícil de se fazer. Mas quantas vezes você tentou? Talvez uma apenas e, por algum motivo, achou que nunca mais deveria tentar. Ou talvez você seja assim, tímido, calado e ninguém pode obrigar a falar porque você simplesmente não consegue ou não quer.

Não vou ficar tentando achar os motivos pelos quais algumas pessoas preferem se calar. Mas o que posso dizer é que quem perde as oportunidades é você. Em qualquer lugar, amor, amizade, emprego, qualquer um. As pessoas precisam saber o que as outras pensam, sem essa de "vivo minha e vida e isso não interessa a ninguém". Provavelmente não interesse a todo mundo mas com certeza você deve querer saber se alguma pessoa se importa porque você existe.

As pessoas não percebem a força que uma palavra pode ter, seja de conforto, de elogio, de amizade ou de raiva. Elas podem transformar histórias e vidas. Então, esforce-se. Tente. Fale para aquela pessoa o quão importante ela é pra você. Peça desculpas quando errar. Diga quando se sentir inconfortável com alguma situação. Apenas transforme o que sente em palavras.



Anos 1 a 4

Carlos Drummond de Andrade: Reverência ao destino

20:35

Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião. Difícil é expressar por atitudes e gestos o que realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer, antes que a pessoa se vá.
Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias. Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado.
Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir. Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso. E com confiança no que diz.
Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre esta situação. Difícil é viver esta situação e saber o que fazer ou ter coragem pra fazer.
Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado. Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te entende. E é assim que perdemos pessoas especiais.
Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar. Difícil é mentir para o nosso coração.
Fácil é ver o que queremos enxergar. Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto. Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.
Fácil é dizer "oi" ou "como vai?" Difícil é dizer "adeus", principalmente quando somos culpados pela partida de alguém de nossas vidas...
Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados. Difícil é sentir a energia que é transmitida. Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa.
Fácil é querer ser amado. Difícil é amar completamente só. Amar de verdade, sem ter medo de viver, sem ter medo do depois. Amar e se entregar, e aprender a dar valor somente a quem te ama.
Fácil é ouvir a música que toca. Difícil é ouvir a sua consciência, acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas.
Fácil é ditar regras. Difícil é seguí-las. Ter a noção exata de nossas próprias vidas, ao invés de ter noção das vidas dos outros.
Fácil é perguntar o que deseja saber. Difícil é estar preparado para escutar esta resposta ou querer entender a resposta.
Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade. Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.
Fácil é dar um beijo. Difícil é entregar a alma, sinceramente, por inteiro.
Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida. Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro.
Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefônica. Difícil é ocupar o coração de alguém, saber que se é realmente amado.
Fácil é sonhar todas as noites. Difícil é lutar por um sonho.
Eterno é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata.

Carlos Drummond de Andrade

Anos 1 a 4

Antes dos 17

08:20

(foto minha)
Às vésperas do meu aniversário de 17 anos me pego pensando o que aprendi até hoje. Aprendi que, não importa qual seja o momento, existe um Deus que me ama e se importa comigo. Aprendi que, por mais que eu reclame de vez em quando, tenho a melhor família que poderiam ter me dado. Uma família que está sempre comigo, me apoiando no que considero importante, se importando com o que acontece comigo. Aprendi que tenho uma segunda família, onde alguns andam um pouquinho distantes mas continuam comigo, onde alguns estão bem pertinho e onde sempre cabe mais um: meus amigos. Com eles passei, passo e vou passar momentos que não divido com mais ninguém.

Aprendi que não importa quanto tempo passe ou quantos amores venham depois, o primeiro a gente nunca esquece. Aprendi que chorar de vez em quando é bom. É colocar pra fora em forma de lágrima tudo que te faz mal e não merece ser guardado. Aprendi que sorrir também faz bem, principalmente quando parece que não vamos aguentar. Aprendi que não importa o quanto as pessoas errem, você tem que perdoá-las para seguir em frente. E se você errar, voltar e pedir perdão é uma das melhores sensações que podem existir. Aprendi também que você não pode agradar a todos e nem fazer todos te compreenderem ou te conhecerem, mas mesmo assim deve dar o seu melhor.

Eu aprendi que reclamar muito da vida não adianta nada. Eu aprendi que correr na chuva é incrível, mesmo que apareça uma gripe depois. Eu aprendi que nada mais vale que estar com pessoas que você ama e que te amam também.

O que eu espero daqui pra frente? Que continue exatamente do jeitinho que sempre foi. Tá bom, exatamente não. Estou pronta pras mudanças que, eu sei, sempre aparecem. Mas espero nunca esquecer o que aconteceu até hoje, pois isso define quem eu sou.

Anos 1 a 4

Caio F. Abreu: "Eu me sinto super feliz quando encontro uma pessoa tão confusa quanto eu. "

21:51



(...) Eu fico completamente baratinado quando começam a me perguntar o que vai ser, o que vai acontecer com uma tal coisa. Sei lá, eu não sei onde é que eu vou estar amanhã. Eu sei o que eu to fazendo hoje, agora, o resto não interessa.
 Talvez o mal é que a gente pede amor o tempo todo. Não se preocupa nunca em dar amor, sem esperar reciprocidade. O meu livro está cheio de dedicatórias. Quando eu escrevo alguma coisa que sai de dentro, lá do fundo, dilacerada, e eu dedico a alguém, eu dou tudo aquilo que eu vivi, que eu senti, pra essa pessoa. Muitas vezes eu não tive nada em troca. Então eu me senti profundamente frustrado, porque eu esperava receber alguma coisa. (...)
A gente tá se perdendo todos os dias, pedindo pra pessoas erradas. Mas o negócio é procurar. A gente não se recusar a se entregar a qualquer tipo de amor ou de entrega. Eu nunca vi por que evitar a fossa. Se a fossa veio é porque ela tinha que vir, O negócio é viver ela e tentar esgotar ela. 

A gente, quando tenta analisar qualquer problema, sempre vai aprofundando, aprofundando, até que chega nesse fundo que é amor sempre. Eu consigo me expressar muito melhor escrevendo do que falando. Tem um negócio que eu escrevi aqui nesse conto, é um conto chamado “Apenas uma maçã”: porque é certo que as pessoas estão sempre crescendo e se modificando, mas estando próximas, uma vai adequando seu crescimento e a sua modificação ao crescimento e à modificação da outra. Mas estando distantes, uma cresce e se modifica num sentido e outra noutro, completamente diferente, distraídas que ficam da necessidade de continuarem as mesmas uma para a outra. Uma pessoa quando tá longe vive coisas que não te comunica e tu aqui vive coisas que não comunica a ela. Então vocês vão se distanciando e quando vocês se encontram, vocês vão falar assim: oi, tudo bom e tal, como é que vão as coisas? E aí ele vai te falar por cima de tudo o que ele viveu e, não sei, vai ser uma proximidade distante. Não adianta, no momento que as pessoas se afastam elas estão irremediavelmente perdidas uma pra outra. A gente sempre procura um amor que dure o mais possível. Procura, procura, talvez tu aches. Pra mim é horrível eu aceitar o fato de que eu tô em disponibilidade afetiva. Esse espaço branco entre dois encontros pode esmagar completamente uma pessoa. Por isso eu acho que a gente se engana, às vezes. Aparece uma pessoa qualquer e então tu vai e inventa uma coisa que na realidade não é. E tu vai vivendo aquilo, porque não agüenta o fato de estar sozinho. Eu me sinto superfeliz quando encontro uma pessoa tão confusa quanto eu. 


Caio Fernando Abreu

Anos 1 a 4

Coisas do coração

15:08

(foto minha)
O coração tem dessas coisas. Não escolhemos gostar de alguém. Isso simplesmente acontece. Cabe a nós o que vem depois. Depois que descobrimos o que sentimos, escolhemos se queremos continuar. Se vale a pena continuar. Se aquilo nos fará feliz. Tanto a mim quanto ao outro.

Por não escolhermos a quem amar, existem as decepções. Aquelas que a gente sofre e aquelas que a gente provoca. Sim, sempre esquecemos o outro lado né? Aposto que se lembra do último cara ou garota que te fez chorar. Mas e quanto aquele(a) outro(a) que gostou muito de você, sem que você sentisse o mesmo? Nem sempre é culpa da gente.

O fato é que independente da situação, quando o amor é correspondido ou não, quem complica tudo é a gente. Desde o começo. Todo mundo diz: nada de criar expectativas, melhor se surpreender que se decepcionar, mas quem nunca criou uma? Nem que bem pequenininha? Duvido que exista uma só pessoa que nunca tenha esperado nada de ninguém. Começamos errado. Começando o que nem sabemos se terá começo.

Depois vem o medo. Ah, o medo. Esse atrapalha toda e qualquer expectativa que possa existir. Já pensamos no que pode acontecer de ruim lá na frente. Já pensamos no possível fim, antes do começo. Errado de novo. Acredito, e quem sou eu pra falar alguma coisa?, que devemos ter o fim como possibilidade pra não sofrermos demais caso ele chegue. Mas não devemos acreditar que ele será certo. Que, de qualquer jeito, terá um fim. Não sabemos. O que temos que fazer é tentar mantê-lo longe e pensar menos nele ajuda um pouco.

Depois temos as comparações. Ninguém é igual a ninguém. Não espere, nunca, que fulano faça algo só porque outra pessoa fez. Ninguém é igual a ninguém. E nem tem que ser.

Temos também a falta de diálogo, a falta de compreensão, a falta de respeito...
Eu poderia continuar aqui falando mil e uma coisas erradas que todo mundo faz, ou pelo menos já fez. Talvez que esteja completamente errada. O fato é que ninguém é perfeito e se não aprendemos a conviver com as qualidades e defeitos do outro, sem medo, nunca seremos felizes.

Anos 1 a 4

Despedida

09:37

Eu queria poder te dizer isso mas acho que não faria muito sentido pra você. Talvez você nunca leia isso, tenho quase certeza. Ou talvez leia, sem saber que estou falando de você. Acho que nunca ficará sabendo do grande carinho que sinto por você. Por ser quem é e por ter me mostrado tanta coisa.
Aprendi muito ultimamente. Revi sentimentos e atitudes. Mudei. Te agradeci mas não falei tudo. Você me ensinou muita coisa em tão pouco tempo, sem nunca sequer ter me beijado, no rosto talvez, não lembro. Se me perguntasse o que mais gosto em você, diria sem dúvida: da sua sinceridade, da sua compainha, do seu sorriso.
Te agradeço por ter me mostrado que eu poderia gostar de alguém novamente. Te agradeço por ter me mostrado que eu ainda sou capaz de abrir meu coração para pessoas que realmente valem à pena. Agradeço por ter me mostrado que eu ainda posso dormir sorrindo ao lembrar de um sorriso.
Acho que você apareceu para me ajudar a recuperar meus sentimentos outrora machucados. E sinto que é hora de seguir em frente. Ainda vamos nos ver. Não vou parar de frequentar os mesmos lugares que você. Meus amigos estão lá. Só não vou mais alimentar essa paixonite inocente e infantil, até. Vou cuidar do meu jardim ao invés de esperar que alguém me traga flores, lembra daquela frase?
Eu só queria que soubesse do bem danado que me fez. Se queria mudar o mundo de alguém para melhor, conseguiu. Nunca vou esquecer do carinha cativante que nunca me fez chorar, muito pelo contrário, enxugou minhas lágrimas e me fez sorrir novamente.

Anos 1 a 4

Decifrando-te

08:47

Às vezes eu queria saber o que se passa na sua mente e no seu coração. Sim, porque tentar imaginar o que pode ser é terrível. Isso acaba comigo. Queria ter certeza, sabe? Mas isso só vai acontecer quando você me disser. Não tenha medo de falar, nunca. Independente do que seja, diga. Diga o que pensa, diga o que sente, diga qualquer coisa, mas diga. Ninguém aprendeu a ler mentes ainda. Por isso a necessidade de ouvir pra saber, ouvir pra entender.
Se eu não sei, eu imagino. E posso muito bem imaginar errado. Naquele dia mesmo, você pode ter simplesmente ligado pra me perguntar aquilo e não porque queria ouvir minha voz, ou saber outra coisa, como eu ou qualquer outra pessoa pode imaginar. Por isso busco não imaginar mais nada. Tenho tentado pelo menos. Tenho tentado apenas interpretar seus gestos, suas ações.

Anos 1 a 4

Por esses dias

08:46

No momento me sinto perdida. Tenho vontade de chorar muito, como se isso pudesse acabar com os problemas. Eu sei que não vai, mas tenho medo. Muito medo. Sinto os dias me atropelarem, me afogarem, sem que eu tenha chance de respirar um pouco. Me seguro na borda, estou quase saindo e sou puxada de volta. E nadar cansa. Os braços doem pelo esforço quase inútil. Por isso a vontade de chorar.
Também surge a vontade de se entregar. Se deixar afogar sem fazer esforço nenhum. Talvez fosse mais fácil assim? Não. Essa não sou eu. Não nadei, nadei, pra morrer na praia. Pode ser que não seja fácil, não vai ser. Vou engolir um pouco de água, os braços vão doer, eu vou chorar, mas não vou desistir.

Anos 1 a 4

Quando me faltam as palavras

21:13

(foto minha)
Eu não sei como descrever isso. Até porque não sei o que é ou o que esperar. Eu apenas gosto de estar com você. Gosto quando estou fazendo qualquer coisa e percebo que você está longe observando e sorrindo. Gosto quando você sorri. Gosto quando ficamos ali, conversando qualquer coisa. E eu busco ver em você qualquer coisa que mostre que você também gosta de estar comigo. Mas sinceramente não sei. Às vezes acredito que é indiferente pra você. Outras vezes, uma palavra sua numa rede social e pronto! Me vejo ali. Ou tento me ver.
Às vezes acho que você tem medo. Outros já tiveram. Acho que eu criei uma rede de proteção ao meu redor, pra não me machucar, e acabo afastando todo mundo. Por favor, não tenha medo. Sou tão frágil e carente. Se aproxima pra ver. Eu só preciso de alguém com coragem suficiente pra atravessar essa proteção e se tornar minha proteção. E acho que você é um bom candidato.
Quando você apareceu, eu estava meio desacreditada sobre umas coisas. E hoje percebo que ainda posso sentir algo por alguém. Percebi isso ao rir de algo que você disse e não tinha tanta graça. Percebi isso quando te vi chegar naquele dia e simplesmente sorri. Não estou dizendo que é amor ou paixão. Não sei o que se passa em sua mente. Mas de qualquer forma, você é importante pra mim. Por tudo que fez até hoje, querendo ou não.

Anos 1 a 4

Irmãos

20:37

Então hoje é dia do irmão? Huuum...
Irmão é aquele que culpa o outro e belisca quando criança. É aquele em quem, além dos pais, é claro, só a gente pode bater. É aquele com quem a gente divide momentos que não divide com mais ninguém. É aquele que faz a coisa que mais te irrita, sabendo disso, e faz você correr atrás dele pela casa toda até conseguir estapeá-lo. É aquele que enquanto você tá tentando escrever uma coisa legal do dia dos irmãos, não para de tocar violão, fazendo você escrever tudo sem muito sentido. Irmão é aquele que só te chama de Mi quando quer alguma coisa. Irmão é aquele que ri das suas maluquices e faz você rir com as maluquices dele. É aquele que te implora pra ir em algum lugar, fazer alguma coisa que a última coisa que você quer fazer, porque tá cansado, e mesmo assim você vai. Irmão é aquele que topa ver um filme, ir a um lugar, quando você queria fazer outra coisa, ver outra coisa. Irmão é aquele que você já dividiu até uma bala. E dividiu também a catapora. Aquele com quem você correu debaixo de chuva, na volta da escola, porque esqueceram o guarda-chuva. Irmão é aquele que você chama no escuro por ter tido um pesadelo, ou por ter achado que ouviu um barulho estranho.

Não sei se todos os irmãos são assim, mas nós somos isso e muito mais. Na saúde e na doença, com metade de uma bala ou uma geléinha inteira, acordando de madrugada ou 'ficando de mal'. E não importa o quanto briguemos, sempre estaremos juntos. Obrigada por existirem e fazerem minha vida tão melhor.

Anos 1 a 4

Todo dia é um novo começo

17:02

Tá, super clichê! Mas não deixa de ser verdade. Todo dia temos a chance de fazer diferente ou de fazer aquilo que não fizemos. E por mais que hoje você ache que é o fim, que não pode ficar pior, as coisas vão melhorar. Respira fundo, chora se der vontade, mas chora tudo hoje. Porque amanhã vai ser diferente. Se você quiser que seja diferente. Se você fizer diferente. Afinal de contas, se você quer mudanças mas não sai do lugar, nada vai acontecer.

Anos 1 a 4

Clarissa Corrêa: De repente

20:24


Eu tinha desistido de algumas coisas. De repente o mundo passou a ficar complicado e eu me perdi de mim, me perdi de tudo e desisti. Antes de desistir eu resisti. Sempre fui meio valente, daquelas que vão até o fim, mesmo que doa, mesmo que seja difícil. Nunca dei bola para o difícil, sempre investi no que eu achava certo e no que meu coração me dizia. Só que uma série de fatores fizeram com que eu desacreditasse em...em tudo!
E então você ligou para me dar boa noite. Achei estranho aquilo, fazia tempo que eu não me sentia cuidada, acho que já tinha esquecido desse tipo de sentimento. E então você me falou "desliga primeiro, as meninas desligam o telefone antes". E eu achei aquilo lindo. E estranho. Percebi que eu não estava mais acostumada com esse tipo de coisa. Percebi, com tristeza, que eu me desacostumei a ser bem tratada. Isso existe? Depois de levar algumas porradas nós acabamos nos tornando mais resistentes. Depois de algumas decepções passamos a não acreditar em tudo o que dizem. Depois de faltar sempre alguma coisa reagimos com estranheza a pequenos gestos bonitos.
Vi que muita coisa aconteceu nesse meio tempo. Naquele momento em que eu me perdi de mim talvez eu tenha perdido um pouco a fé. Fiquei tão "adaptada" aquela vida de não receber, não obter, não e não e não que acabei não sabendo lidar com a infinidade de "sim, sim, sim". Os não aplausos se tornaram frequentes e eu passei a não saber de mais nada.
E então você apareceu me dando boa noite, se preocupando com a minha vida de verdade, sendo gentil, carinhoso, cavalheiro, divertido, educado...e eu percebi que existe muito em mim ainda. Que mereço muito ainda. Que (realmente) eu posso amar alguém ainda. Talvez seja você. A vida vai dizer. De qualquer forma: obrigada por me fazer dormir sorrindo.


Clarissa Corrêa

Anos 1 a 4

Estarei esperando

16:33

Quanto tempo faz? Não importa mais. Eu continuarei aqui, como sempre estive. Vou esperar até que você esteja pronto pra vir andar ao meu lado. Ou talvez eu também não esteja pronta. Não. Acredito que eu esteja. Nunca nos sentimos totalmente preparados, não é? Mas tudo bem. Pense direito, faça tudo que tem que fazer antes. Eu espero. Espero porque irá valer a pena.
Sairemos por aí de mãos dadas. Sorrindo pro sol ou debaixo de chuva. Você irá me levar pra um lugar legal, com algumas luzes cor de velas, onde poderemos dançar até estarmos totalmente exaustos. Por último iremos dançar aquela música que nos lembra tudo que tivemos até ali. E vamos pra casa como se não existissem mais problemas. Eles ainda vão existir mas os enfrentaremos se ficarmos juntos. E nós estaremos. Ou talvez não aconteça nada disso. Talvez você me surpreenda, me leve a algum lugar que eu não esperava onde faremos um programa bem legal, talvez mais divertido do que o que eu imaginava.
Estaremos sentados em algum lugar observando o horizonte. Quando eu me der conta você vai estar olhando pra mim e eu vou sorrir do jeito mais envergonhado e ridículo que você já viu. Sim, eu sou boba de vez quando, você vai ver.
Talvez não observemos horizontes, talvez observemos carros pela janela do ônibus. Não importa. Estaremos juntos e isso vai ser suficiente. Sim, porque o que vai bastar pra nos manter unidos é o fato de eu gostar de estar com você e você gostar de estar comigo. Sim. É suficiente.
E é por isso que eu estou aqui. Te esperando. Esperando pelo dia em que você vai me procurar e pedir "vem comigo".
Mas tenho apenas dois pedidos: aceita os meus defeitos, que são muitos, eu sei, mas vou fazer de tudo para consertá-los; e não demora muito, não. Preciso de você.

Anos 1 a 4

Bruna Vieira: Amar não é só sentir

10:16

Nos dias de hoje, não tenha dúvidas, atitude é tudo. Essa de que se for pra acontecer, vai acontecer, já era. Minha vó dizia isso. Mas sinceramente, sabe o que eu penso? Se for pra acontecer, vai lá, faz acontecer. Corre contra o tempo, contra o vento, mas tenta. Seja cuidadosa, mas se der errado, tudo bem. Vai por mim, um passado cheio de tentativas ainda é melhor do que um passado cheio de pendências. É a vida.
Sentir é fácil demais. Qualquer um pode. Amar é que precisa de disposição, dedicação e aceitação. Todo santo dia. Sentir todo mundo sente. Já o amor, esse é só pra quem é corajoso e não tem medo do que pode acontecer depois. Para aquelas pessoas que realmente vivem de dentro pra fora e não dão a mímina para o que vão pensar ou dizer. Entende? É um risco que quando gente corre, tudo acontece. Até ser feliz.
Essa tal felicidade acontece em um lugarzinho onde pouquíssimas pessoas conseguem alcançar. Lá, como a gente dizia na primeira série, bem no fundo do nosso coração. Essa realização tem um pouquinho a ver com encontrar ou ser alguém que faça aquelas coisas complicadas fazerem um pouquinho mais de sentido ou sei lá, não importarem tanto quanto antes. De ser quando se está por perto, aquela pessoa que a gente só consegue ser quando tá todo muito longe.
Existe sempre aquele cara que consegue te entender sem esforço, sem reforço. Aquele que sem grandes presentes ou promessas, toda noite antes dormir, te faz pensar em cada (talvez possível) momento feliz. É raro. Às vezes caro. Mas do que vale todo o tempo e sucesso do mundo se a única pessoa que você gostaria de compartilhar esse sentimento nem se importa mais? Apenda a valorizar pessoas especiais. Principalmente aquelas que fazem você se sentir especial. Enquanto isso continuar acontecendo aí dentro, ainda não será tarde demais.
O recado de hoje é esse. Chega logo dessa coisa de deixar pra depois. As borboletas vão entrar em extinção se a gente continuar cultivando jardins artificiais. Aprendi bem cedo na escola que as flores de verdade estragam com o tempo e as estações mudam quatro vezes por ano. Por que tô dizendo tudo isso? É que não adianta só saber o que quer. Fora dos nossos filmes e séries prediletos, na vida real, se queremos alguma coisa ou alguém, temos mesmo é que correr atrás e fazer. Quando pelo tentamos, deixamos bem claro pro destino o que esperamos que ele faça lá na frente. Ou quem sabe, com um pouquinho de sorte e um cupido bonzinho, agora.
Bruna Vieira

Anos 1 a 4

Confusões em mim

09:36

Não sei mais o que pensar. Não sei mais o que sentir. Não sei mais o que fazer. Eu poderia tentar explicar mas ninguém entenderia. Não existem palavras que possam descrever como me sinto. Não sei se eu mesma sei o que sinto.

Acontece que é um vazio. Um grande vazio preenchido por dúvidas e incertezas. Um lado de mim diz que devo tentar, sei lá, sem pensar em consequências. Outro lado diz que é loucura, completamente loucura. Algo que eu jamais deveria fazer.

Um lado de mim diz que devo acreditar que é possível. Outro lado diz que existe outro lado nessa história. Um lado diz que é necessário colocar pontos finais e essa história ainda não acabou, que eu devo concluí-la, independente do final  que me espera. Outro lado diz que é desespero, atitude impensada, burrice.

É confuso, eu sei. Eu disse que ninguém entenderia.

Anos 1 a 4

Pequenas lembranças

22:48


Hoje parei pra me olhar um pouco. Me olhar por dentro e arrumar algumas coisas. Sim, porque está uma verdadeira bagunça de sentimentos dentro de mim.

Revi histórias boas e ruins. As boas guardei numa caixinha cor-de-rosa. As ruins deixei na cesta de coisas antigas que iam pro lixo.
Achei fotos de pessoas também. As que me fizeram chorar de tristeza e as que me fizeram chorar de felicidade. Guardei na caixa rosa as pessoas que me fizeram muito feliz.

Achei sorrisos e lágrimas. Os sorrisos, claro, caixa rosa. As lágrimas, cesta de coisas que não merecem serem guardadas.

Num cantinho estavam amontoados diversos sentimentos. Nervosismo, amizade, estresse, compaixão, raiva, amor... Todos misturados. Por isso eu estava tão confusa! Separei e guardeio-os em duas caixas diferentes: uma com nervosismo, estresse, raiva e outros, e outra com amizade, compaixão, amor, esperança e outros...  Vou guardar as duas caixas, afinal de contas a vida é composta pelos dois lados.

Abri a janela do pequeno quarto de lembranças. Um lindo sol entrou. Varri e tirei o pó. Peguei um grande mural e coloquei todos os sonhos escritos em pequenos papeizinhos. Acima deles um grande aviso escrito à mão: não esquecer, não deixar de buscar.

Na outra parede, uma estante com diversos livros que descrevem minha vida e as três caixas que arrumei. Na terceira parede, uma escrivaninha com um bloco de papel em branco, lápis, borracha e lápis-de-cor.

Tudo está em ordem. Sinto que as coisas podem continuar agora. Resolvo sair do pequeno quarto interior e levo a cesta pra jogar fora. Deixo a porta entreaberta com um aviso na frente: entre, preciso de alguém pra escrever comigo...

Anos 1 a 4

Amor inventado

09:28

Até onde realmente amamos alguém ou inventamos amor? Já disse Iolanda Valentim: "preciso precisar de você porque tenho medo de não precisar de nada".

Na maioria das vezes é assim. Tem gente que simplesmente não sabe viver sem pensar em ter um amor. Em acordar pra ver determinada pessoa. Que muitas vezes desconhece sua existência.

Eu sou um pouco assim. Ou me tornei um pouco assim com o passar do tempo. Invento amor aqui e ali. Quem sabe dá certo, não é? Disse pra mim mesma que pararia de fazer isso. Mas dói pensar que não tenho ninguém pra esperar um sms de bom dia. Dói saber que não tem ninguém querendo saber o que fiz hoje. Dói saber que não tem ninguém me esperando chegar pra simplesmente me ver sorrir. Dói.

Mas se é assim, tenho que aceitar. Prometo que vou tentar. Mas também tenho medo de que isso me deixe mais fria. Amo ser do jeito que sou, meio exagerada até. Cheia de dramas. Não quero receber uma mensagem de um amigo um dia qualquer me desejando bom dia e pensar que não vale a pena responder. Não quero que seja assim.

Mas não vou imaginar mais o sentimento dos outros. Quem quiser chegar até mim e falar, que venha. Quem quiser um ombro, que venha. Quem quiser abraços, que venha. Ando tão precisada quanto você.

Anos 1 a 4

Onde está você?

10:19


Acordei hoje ouvindo diversas músicas. Na internet encontrei um trecho de "Me encontra" de Charlie Brown Jr. Não sou de ouvir Charlie Brown, nada contra ele, simplesmente nunca tinha parado pra ouvir. Mesmo assim fui ver a letra da música completa. Achei bastante interessante. Gosto do ritmo pop rock e a letra descreve uma situação que todo mundo passa. Mesmo que apenas uma vez. Inclusive eu.

Quem nunca procurou um amor em algum cantinho pra ver se ele estava escondido? Quem nunca quis alguém pra sorrir e chorar? A música traz dois opostos, sair pra procurar o amor ou deixá-lo te encontrar. Eu acredito que é um pouco de cada. Você tem que observar ao seu redor. Às vezes ele passa por você e você nem percebe. Às vezes ele vem e você não faz nada para fazer com que ele permaneça. E às vezes, se você tivesse buscado teria encontrado.

"Hoje eu vou sair pra encontrar o amor"... Ou pra ser achada por ele.

Anos 1 a 4

O que eu escrevo?

11:09

"O que eu vou escrever já deve estar na certa de algum modo escrito em mim."
Clarisse Lispector

Ando lendo Clarisse, Caio e Clarissa. Isso me fez questionar sobre o que escrevo. Clarissa diz que escreve como se a vida fosse entender os recados dela. Clarisse diz que não é fácil escrever. "É duro como quebrar rochas. Mas voam faíscas e lascas como aços espelhados." Quanto a Caio, ele diz que gosta muito de seu mundinho, cheio de surpresas.
Acho que é isso. Como também disse Clarisse, "só escrevo o que quero, não sou um profissional". Escrevo não minha autobiografia, que fique claro, essas histórias são inventadas e mesmo assim reais como tantas outras. Não é minha autobiografia, como disse Llosa, as histórias precisam ter um ponto de partida que está ligado às experiências de quem a escreve. Dessa forma, o que escrevo é meu mundinho particular que gosto tanto quanto Caio gosta do dele. O que escrevo me surpreende. O que escrevo é também, algumas vezes, algo que sonhei ou ainda sonho pra mim. Quem sabe a vida me faz protagonista de alguma dessas histórias?
Escrever não é fácil. Principalmente se você ficar pensando o que vão achar do seu último texto ou daquele outro um tanto piegas, ou daquele sem graça. Por isso escrevo porque escrevo. "Tão pouco sou" pra querer perfeição. Escrevo porque tenho vontade. Porque me foi ensinado que escrever e ler é tornar-nos melhor. É por isso que escrevo. Sem mais.

Anos 1 a 4

Um alguém chamado você

19:10

Lembro de quando te conheci. Na realidade, de quando te vi pela primeira vez. Não te notei e você passou por mim como qualquer outra pessoa. E eu passei por você como qualquer pessoa também.
Seríamos apenas dois alguém que se cruzaram enquanto corriam agitados para resolver suas vidas. Mas a vida se encarregou de nos encontrar de novo. Dessa vez nos apresentamos e conversamos bastante. E nos encontramos diversas outras vezes.
Quando nos cruzamos pela primeira vez não imaginava que um dia iria falar com você. Também não imaginava que você fosse tão bacana. Eu estava num momento bastante chato da vida que me impedia de ver esse seu lado amigo. Conversamos muitas vezes depois, o que fez com que nos conhecêssemos bastante. Ficamos horas trocando conversa sobre nossas vidas.
Seu jeito especial fez com que eu lembrasse de você algumas vezes. E foi aí que você ganhou alguns de meus versos. Dividiu lugar com meus desabafos, tristezas e alegrias.
Chegaram momentos em que fiquei bastante triste e você estava lá pra me consolar. Fez isso tão bem.
E agora me pego escrevendo sobre você. Dessa vez não versos, mas um texto inteirinho.
Se alguém ler isso vai acreditar que estamos juntos ou algo assim. Mas não estamos. Estamos numa importante relação de amizade que me faz bastante feliz. Não quero pensar onde isso vai nos levar ou o que pode acontecer entre a gente. Não quero pensar nem forçar nada. Está tão bem assim. Vamos deixar que o tempo se encarregue do nosso futuro.

Anos 1 a 4

O que transpareço ser e o que realmente sou

17:23

Andei pensando sobre a impressão que passo para as pessoas. É que não sou do tipo que diz que não dá a mínima pra opinião alheia. Isso porque eu preciso desses alheios que dão opinião. Não posso viver sozinha nesse mundo. É gente demais indo pra lá, pra cá e eu preciso me segurar em algumas dessas pessoas se quiser ser feliz.

Anos 1 a 4

Martha Medeiros: O tamanho de uma pessoa

10:51

Como se mede uma pessoa?
Os tamanhos variam conforme o grau de envolvimento.

Ela é enorme para você quando fala do que leu e viveu, quando trata você com carinho e respeito, quando olha nos olhos e sorri destravada.

É pequena para você quando só pensa em si mesma, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade.

Uma pessoa é gigante para você quando se interessa pela sua vida, quando busca alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto. É pequena quando se desvia do assunto.

Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma.

Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês. Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande. Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.

É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, e sim de ações e reações, de expectativas e frustrações. Uma pessoa é única ao estender a mão e, ao recolhê-la inesperadamente, se torna mais uma...

Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande. É a sua sensibilidade sem tamanho...

Seja sensível... ame e compreenda o outro e fortaleça os laços de amizade!

Martha Medeiros

Anos 1 a 4

Crises de Sensibilidade

10:29

Existem momentos em que me sinto bastante carente. Chamo esses momentos de crises de sensibilidade. Ao mesmo tempo em que estou cercada de pessoas que amo muito, sinto que falta algo. Não estou falando de namorado, noivo ou marido. Na verdade não sei ao certo o que é ou como chamar. Eu sei que me encontro nesse estado de vez em quando. Fico ali calada, presa em mim com meus pensamentos. Acho que nessas horas produzo algo que preste. Ou talvez não.
O fato é que parece que estou triste. Meus amigos perguntam o que está acontecendo ou o que aconteceu, afinal de contas é estranho ver alguém tão falante como eu ficar calada de uma hora pra outra.
Vou tranquilizar vocês. Não estou em depressão. Não estou desesperada. Talvez seja só TPM. Talvez estresse acumulado. Ou simplesmente estou calada porque me faltaram palavras.

Anos 1 a 4

Eu acredito

10:05

Eu acredito que somos um acumulado de lembranças e experiências. Somos resultado daquilo que aprendemos ao longo da vida.

Anos 1 a 4

Introdução de um livro inacabado

10:02


Caminhar. Era tudo que ela precisava. Caminhar sem direção, sem sentido. Quando caminhava desse jeito, tudo podia sentir. Tanto externa, quanto internamente. Podia sentir o cheiro do ar, o vento tocar todos os pontos de sua pele. Podia sentir seus músculos se moverem e perceber que eles existiam.
          Tais momentos eram raros. Estava sempre em meio a muito barulho, percebendo tudo e todos, se esquecendo de si. Caminhando sozinha em meio às árvores se percebia. Sentia-se viva, dona de si e de seus passos. Poderia parar agora, depois de um pouco de prazer, e voltar para a pilha de afazeres que lhe esperava. Mas não. Parou, balançou a cabeça e pôs-se a correr.
          O vento corria contra ela e tudo se tornava mais mágico. Nada podia pará-la. Nada? Não, nada. Agora sentia seus músculos mais intensamente. Em especial o coração. Batia desesperadamente tentando transmitir o oxigênio que começava a lhe faltar, fazendo com que ela abrisse a boca como se estivesse a engolir grandes porções de vento.
          As pernas continuavam, ágeis. O coração trabalhando. A boca aberta. Uma lágrima surgiu em sua face. A boca aberta. Iria gritar? Outra lágrima. Precisava gritar. Mais lágrimas. Não gritou. Ajoelhou-se ali mesmo. Muitas lágrimas agora.

Anos 1 a 4

Histórias Perdidas

23:30


"O que poderia ter acontecido?" Essa é uma frase que permeia os pensamentos quando algo que tinha tudo ou algo pra dar certo chega ao fim.
Imaginar essas histórias não concebidas machuca...

Anos 1 a 4

Post de abertura: Fim da censura?

08:00

 "É livre a expressão da atividade intelectual, 
artística, científica e de comunicação,
 independentemente de censura ou licença."
Constituição de 1988

03 de agosto, extinção (ou não) da censura no Brasil


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