Último dia do ano. Milhares de pessoas fazendo promessas e pedidos pro ano que se inicia. O apartamento estava lotado. Minha amiga resolvera dar uma festa e todo mundo parecia muito feliz. Pessoas se cumprimentavam sem mesmo se conhecer. Eu ali encostada na parede, observando todo mundo e achando graça. Eu também estava feliz, não podia negar. E felicidade contagia, também. Não tinha como alguém ficar triste ali.

Mas, pra mim, faltava alguma coisa. Faltava você. Eu podia te sentir próximo de mim, mas sabia que você não estava lá. E isso poderia me entristecer. Quase. Te escrevi uma carta, alguns dias antes, a última daquele ano. E te prometi que quando os relógios anunciassem meia-noite, era em você que meu pensamento estaria.

Quanto mais o tempo passava, mais a expectativa aumentava. Todos estavam eufóricos, quando minha amiga anunciou: “faltam cinco minutos!” Todos correram para a varanda, onde seria possível ver os fogos de artifício. Casais abraçados, amigos pulando, eu sorrindo e pensando em você, certa de que você estaria fazendo o mesmo em algum lugar, longe ou perto dali.

“Dois minutos!” O vento acariciava meu rosto, mesmo em meio a tantas pessoas, e eu pensava na forma em que você fazia isso e quando nossas mãos iam estar entrelaçadas, unidas, como a de tantos ali. “Um minuto!” As pessoas ficaram em silêncio, talvez fazendo os últimos pedidos e agradecimentos. Agradeci pelo ano maravilhoso, as pessoas ao meu redor, o aprendizado adquirido naqueles 365 dias. “Dez, nove, oito...” Começou a contagem regressiva. “Três, dois, um!” Todos explodiram em gritos e abraços. Antes de partir pra comemoração, pedi baixinho: “Que 2013 me traga você...”