Anos 1 a 4

Magia ao luar - Crítica (2014)

23:49

Este post foi escrito por Bardo quando colaborador do Entre Sujeitos e Verbos

Como mágica, o romance é um escape da realidade

O ano é 1928. Stanley (Colin Firth) é um mágico cético e esnobe que viaja a Côte d'Azur, na França, a fim de desmascarar, como especialista, uma jovem que tem convencido pessoas abastadas de que possui poderes mediúnicos. À medida que se encanta pela jovem, Stanley se depara com o dilema entre o ceticismo e a crença no transcendental.

É interessante observar os ambientes em que esses dilemas são expostos: quando envolvido pelo encanto da jovem (e por consequência, pela tentação de crer nas suas mediunidades), os ambientes são claros, cheios de luz, de detalhes naturais; quando tomado por seu ceticismo, Stanley se encontra em ambientes fechados, vazios, sem cor, sem brilho. É um convite para o personagem se desprender das amarras da realidade opressiva - a certeza da morte e a insignificância da vida humana.

As cenas cômicas relacionadas ao esnobismo de Stanley lembram os enredos investigativos das histórias de detetive: personagens sempre presos à solidão e obcecados pela arte com a qual se empregavam, característicos pela pomposidade, pela supervalorização do eu em menosprezo aos outros que parecem não ter consciência da vida vã - os tolos. Porém, tudo é uma questão de ponto de vista. Magia para Stanley é um trabalho sério, calculado friamente - o entretenimento é apenas uma consequência. Magia para Sophie (Emma Stone) é uma diversão - as pessoas gostam de ser iludidas.

Em mais uma comédia romântica divertida e deliciosa, Woody Allen relaciona a magia ao romance como grandes formas de escape da realidade. Antes, o romance é resultado de um belo truque de mágica, que nenhum mágico por excelência pode explicar.

Elenco: Colin Firth
Emma Stone
Marcia Gay Harden
Hamish Linklater
Jacki Weaver
Erica Leerhsen
Eileen Atkins
Simon McBurney
Direção: Woody Allen
Gênero: Comédia
Duração: 98 min.
Distribuidora: Imagem Filmes
Classificação: 12 Anos

Este post foi escrito por Bardo quando colaborador do Entre Sujeitos e Verbos

Anos 1 a 4

No Olho do Tornado - Crítica (2014)

22:44

Este post foi escrito por Bardo quando colaborador do Entre Sujeitos e Verbos

De olho no tornado

Uma equipe de filmagens viaja para documentar a formação de um tornado: não importa onde exatamente. O objetivo é penetrar em um e filmar o olho do tornado. Para isso, o diretor da produção está munido de um tanque de filmagem (isso mesmo, um tanque), que possui a capacidade de prender-se ao solo, com o fim de não ser levado pelos ventos intensos. Basicamente é essa a história do filme - será que vão conseguir? Para dá sustância à trama, um drama familiar paralelo à trama da equipe de filmagem do tornado acena para a tela a fim de mostrar a importância de uma família unida. Sem, é claro, esquecer dos momentos de alívio cômico - para isso os dois bêbados caipiras.

Podemos dizer que todos esses núcleos são desculpas para explosões e destruições colossais por meio dos tornados que são os verdadeiros protagonistas do blockbuster. Sendo intenção ou não, os personagens são mal desenvolvidos e as histórias de cada núcleo não despertam interesse. Por isso, é comum a ânsia e alguma impaciência enquanto os tornados não aparecem.

Imagem e som são de alta qualidade - os efeitos visuais e sonoros foram elogiados por James Cameron, e não é para menos. Assisti o filme em uma sala equipada com som Dolby Atmos - excelente na distribuição dos efeitos sonoros. A destruição é tratada com mimo na produção dos efeitos visuais e sonoros, de forma que diverte o espectador.

Em um trailer onde o som de destruição e efeitos visuais são o principal atrativo, não era de se esperar um núcleo dramático fraco e insosso - em uma produção onde os tornados são as estrelas.

Elenco: Richard Armitage
Sarah Wayne Callies
Max Deacon
Direção: Steven Quale
Gênero: Suspense
Duração: 89 min.
Distribuidora: Warner Bros
Classificação: 12 Anos

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Anos 1 a 4

Era uma vez em Nova York - Crítica (2014)

15:39

Este post foi escrito por Bardo quando colaborador do Entre Sujeitos e Verbos

É pecado tentar sobreviver?


Dirigido por James Gray, Era uma vez em Nova York (The Immigrant, produzido em 2013, mas tem sua estreia no Brasil apenas este ano, em 28 de agosto de 2014) relata a história de Ewa Cybulska (Marion Cotillard) que chega junto a sua irmã, Magda Cybulska, à Nova York da década de 20 do século passado, após saírem da Polônia arrasada pela Primeira Guerra Mundial. Magda, porém, chega com tuberculose, e fica presa no hospital em Ellis Island. Com Ewa o problema não é tão diferente: ela é ameaçada de ser deportada por um incidente ocorrido na embarcação na qual veio à América junto a sua irmã. Ewa é socorrida por Bruno Weiss (Joaquin Phoenix, em mais uma atuação fantástica) que, pagando propina por sua liberdade, a acolhe em sua residência. Mais tarde, Bruno a convence a usar o corpo. O objetivo é conseguir dinheiro para conseguir a liberdade da irmã.

A Nova York dos anos 20 é retratada suja, em uma fotografia encardida, como se o sol sempre estivesse se pondo (à noite, os ambientes são iluminados sombriamente pelos lampiões). Nada mais proporcional à situação da imigrant na parte pobre de Nova York. Para conseguir seus objetivos em alcançar o american dream e uma chance melhor de vida, Ewa encontra mais obstáculos do que portas abertas: os tios que lhes esperavam lhe fecham as portas quando escutam as notícias de moralidade duvidosa por parte das sobrinhas na vinda à Nova York. 

De todos os empecilhos e cargas talvez a moralidade seja seu principal empecilho durante o enredo: Ewa rejeita os toques de homens, católica como é, mas ao perceber que talvez a única saída para a liberdade da irmã seja utilizar seu corpo, ela o faz. Ewa se confessa, e o padre lhe diz que a única maneira de se redimir é abandonar os pecados. Ewa abaixa a cabeça, engole o choro, e abandona o confessionário.

Em um determinado momento, Ewa pergunta à tia se é pecado tentar sobreviver. A tia calada apenas chora. A dor de não poder ultrapassar o rígido moralismo do marido - que renega a sobrinha para não manchar sua reputação - e da dúvida quanto à conduta da sobrinha - ela ouve a sobrinha de lado, como dividida entre compreendê-la ou se apegar às fortes crenças e valores, renegando-a. Em Ewa, porém, a força dos vínculos familiares parecem se sobrepor a qualquer outra relação. Ela abandona suas crenças e vínculos com outros em prol de libertar sua irmã.

James Gray prenuncia momentos de tensão (momentos divisores de águas para as mudanças de cada personagem) ao pôr a câmera à distância, perscrutando os personagens das janelas, atrás de portinholas, diante de espelhos - como com receio de encarar os personagens ou as situações que estão prestes a afetá-los. Em detalhes percebemos a mão de Gray, conduzindo a história de Ewa de forma precisa e tocante. Um cinema escasso hoje em dia.

Direção: James Gray

Gênero: Drama
Duração: 120 min.
Distribuidora: Europa Filmes
Classificação: 14 Anos
Elenco: Marion Cotillard 
Joaquin Phoenix
Jeremy Renner
Dagmara Dominczyk
Angela Sarafyan
Antoni Corone
Deedee Luxe

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Alice Munro

Amores Inversos - Crítica (2014)

00:27

Este post foi escrito por Bardo quando colaborador do Entre Sujeitos e Verbos

Liza Johnson faz filme sobre mudanças carregado de otimismo

A diretora Liza Johnson dirige seu segundo filme, baseado no conto intitulado Ódio, amizade, namoro, amor, casamento, da escritora canadense Alice Munro, ganhadora do prêmio Nobel de Literatura em 2013. Johanna Parry, interpretada por Kristen Wiig, é contratada para tomar conta de um homem idoso (Nick Nolte) e da pré-adolescente Sabitha. Tímida, de cabelos franzidos, sem maquiagem, ingênua, Johanna é enganada por Sabitha e sua colega de escola, que faz com que a empregada pense que o pai de Sabitha, Ken (Guy Pearce), possui um interesse amoroso nela. A força motriz para as ações de Johanna durante o filme partem daí.

Fruto da brincadeira das jovens supracitadas, Johanna encontra forças para vencer a timidez: começa a se maquiar, compra um vestido novo, enfrenta ordens de seu "chefe", se muda sem aviso-prévio para a casa de Ken. Mas é sua conduta que move as mudanças e reviravoltas do filme. Johanna, apesar de ser enganada, permanece condescendente, generosa.

Liza Johnson tem paciência para o desenvolvimento da história, mas parece concluir que as mudanças são simples - Ken consegue parar de cheirar cocaína apenas jogando seu último saquinho na privada; mesmo a terapia dos Narcóticos Anônimos não é o suficiente para motivar Ken, mas a presença submissa de Johanna o motiva. Em uma série de cortes bruscos com os quais a diretora tenta finalizar o enredo, Liza Johnson mostra de forma bem otimista como as mudanças de hábito são fáceis - o fluxo das mudanças não encontra nenhum obstáculo, tornando o ato conclusivo simples e carregado de otimismo. Liza mostra, assim, que a força da mulher é motivada pelo desejo de construir e cuidar de uma família própria, não da de outros, e é demonstrada em sua submissão marital e prestatividade.


Elenco: 
Kristen Wiig 
Guy Pearce
Hailee Steinfeld
Nick Nolte
Jennifer Jason Leigh
Christine Lahti
Sami Gayle
Direção: 
Liza Johnson
Gênero: 
Drama
Duração: 
100 min.
Distribuidora: 
Paris Filmes
Classificação:

14 Anos

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Anos 1 a 4

Lucy - Crítica (2014)

01:19

Este post foi escrito por Bardo quando colaborador do Entre Sujeitos e Verbos

Luc Besson confunde ficção científica com fantasia

O novo filme do cineasta francês Luc Besson, produtor de conhecidos filmes de ação, terá sua estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta feira, 28 de agosto de 2014. Lucy é estrelado por Scarlett Johansson, que interpreta a personagem-título. Ao representar um amigo, entregando uma maleta a certo Sr. Jang, Lucy é raptada e lhe é imposta drogas em seu abdômen por cirurgia. Após sofrer chutes no estômago, o pacote se rompe, e ela acaba por absorver uma grande quantidade dessa droga e adquire super poderes - percepção extrassensorial, telecinesia, ausência da dor e superinteligência, para citar alguns.

O filme parte da premissa de que os seres humanos só utilizam 10% da capacidade cerebral. Atualmente a medicina descarta veemente essa hipótese. Cientificamente, se utilizássemos apenas 10% da massa cinzenta seríamos como ovelhas, de acordo com a Universidade de Washington. Mas, em entrevistas, Besson parece crer que isso é verdade. “Acho que não estamos no máximo, então é muito empolgante pensar nisso, no que podemos fazer a mais”, declarou Besson à Reuters em uma entrevista às vésperas da estreia britânica do filme, em 22 de agosto.*

Partindo de uma premissa cientificamente incorreta, o filme tenta se fazer autêntico por meio de um linha de raciocínio "científica", aqui delineada por meio do personagem de Morgan Freeman, Dr. Norman (ele chega a supor o desenvolvimento da capacidade de controlar extrassensorialmente a matéria a partir de 40% de atividade cerebral). Em meio a primeiro e segundo atos mal desenvolvidos, não há sustentação alguma para o fim, que soa, além de previsível, frágil em sua estrutura narrativa.

Além de um raciocínio científico ingênuo, os furos de roteiro são gigantescos. Lucy aprende mandarim em alguns minutos. Consegue ler uma imagem de raio-x e diagnosticar um tumor cerebral inoperável. Mas desconhece a super-droga que lhe deu superpoderes. "Fale-me um pouco sobre isso... CHP4.", ela indaga ao cirurgião.

Besson disse em entrevista ter tido a necessidade de incorporar à narrativa do filme de ação, filosofia, e relacionou essa necessidade com a sua idade. Apenas não mediu seu estudo filosófico. Sua exploração da capacidade cerebral humana - e sua análise sobre o universo, objetivo da vida e tudo mais - são tão rasas que expressas por sua protagonista lhe dão (à personagem) o caráter falso, irreal. Seu filme, no fim, é motivo de piada.

Em entrevista à Rolling Stones, Besson disse: "Eu tento me diversificar como artista. Estou feliz por ter feito Lucy atualmente, quando tenho 50 anos. Eu penso que teria acabado com este filme se o tivesse feito quando era mais jovem". E eu nem quero pensar nisso, Besson.

*Trecho retirado da matéria de Edward Baran, do site Reuters Brasil, no dia 24 de agosto de 2014.

Elenco: 
Scarlett Johansson 
Morgan Freeman
Min-sik Choi
Analeigh Tipton
Amr Waked
Pilou Asbæk
Claire Tran
Julian Rhind-Tutt

Direção: 
Luc Besson

Gênero:
Ação

Duração: 
90 min

Distribuidora: 
Universal

Classificação: 
16 Anos



Este post foi escrito por Bardo quando colaborador do Entre Sujeitos e Verbos

Anos 1 a 4

Uma história de ônibus lotado, bicho e confusão

19:26

Foto: Reprodução
Era apenas mais uma volta para casa depois de um dia cansativo. Ou era pra ter sido. O ônibus, lotado como sempre, finalmente chegava a um trecho livre da pista e eu podia imaginar que logo chegaria em casa. Com os braços já cansados de segurar aquela barrinha amarela, via meu reflexo no vidro da janela. Apenas ouvia-se o barulho do motor e de outros veículos passando. As pessoas caladas, cada uma perdida em sua própria cabeça.

Até que ouve-se algo batendo forte no chão. Começa uma movimentação, um burburinho, ao fundo do ônibus. Perigoso do jeito que anda mundo, as perspectivas são sempre as mais pessimistas. Mas foi tudo tão rápido que não deu para pensar em assalto. Algumas pessoas gritavam, como fugindo de algo, outras riam. Não era um assalto. Todo mundo olhando pro chão, levantando as pernas, devia ser um bicho!

Eu não tinha para onde ir, apenas tentava olhar para o chão naquele mar de gente, na esperança de que se pudesse ver o tal bicho, talvez pudesse levantar um pé, depois o outro e deixá-lo seguir seu caminho. À essa altura, as gargalhadas e gritinhos já eram uma confusão. E ainda tentando enxergar o chão, eu me peguei rindo daquela situação e pensando na boa história que poderia me render. Mais uma história de ônibus lotado.

"Caranguejo!", alguém grita. Eu penso como um caranguejo tinha ido parar naquele ônibus. Só conseguia imaginar aqueles vendedores de caranguejo vivo e um dos danados decidindo que era hora de ir embora. Mas o que um vendedor de caranguejo ia estar fazendo no ônibus àquela hora da noite? Não era hora de pensar logicamente.

Mais risos, gente nas partes mais altas que conseguiam, levantando as pernas e eu olhando para o chão pelas poucas brechas que conseguia. Da mesma maneira que a confusão se instalou, logo se acalmou. Restaram apenas os risos, as entreolhadas que significavam "não entendi muito bem o que aconteceu". Mais risos. Uma menininha do meu lado perguntando à mãe "cadê o caranguejo?".

Duas mulheres rindo e uma delas explica que não era um caranguejo.
"Era um camaleão!".

aniversário

Parabains

18:12

Este post foi escrito por Marcos Adriano quando colaborador do Entre Sujeitos e Verbos


Foto: Reprodução
O ser humano é um bicho que se destaca dos outros na natureza por um motivo simples: ele é extremamente bizarro. Não naturalmente bizarro, como um inseto peludo típico da América do Sul ou um peixe amorfo luminoso das profundezas do Oceano Pacífico. O homo sapiens escolhe ser estranho e assume comportamentos que no fundo, lá no fundinho, não têm explicação lógica. Certeza, quando os perucas-brancas da taxonomia resolveram classificar tudo o que anda, rasteja, nada e avoa (por volta de mil setecentos e bolinha), levaram em consideração um dos aspectos mais extraordinários desta racinha: o ser humano é o único animal, entre todos os outros animais, que comemora aniversários.

Recentemente estive muito próximo dessa experiência e mesmo depois de ‘festejar’, receber as felicitações, etc., não consigo entender algumas peças desse evento. E acredito que nem Lázaro possa nos ajudar a compreender. O importante é que tal qual o mistério da morte, talvez nós nunca consigamos decifrar totalmente - em vida - o enigma do “completar mais uma Primavera” vinculado aos “parabéns”. Porém, como seres racionais, a gente pode discutir sobre a profundidade filosófica da coisa.

Primeiro: temos que deixar claro o real significado dessa palavra. Geralmente a utilizamos para cumprimentar uma pessoa que realizou tal feito. Os parabéns servem para reconhecer o resultado de seu esforço. Ok, ok. Agora, diga-me (ó, Lázaro) por que diabos usamos isso nos aniversários também? Etimologistas afirmam que o sentido original do termo era o de desejar coisas boas a alguém (inclusive implícito nos -béns mandados para-). Mas é inadmissível que essa palavra tenha dois sentidos tão diferentes porque confunde o receptor!

Eu, por exemplo, recebi vários ‘parabéns’ no Facebook e pessoalmente. Agradeci ou apenas curti a postagem por preguiça de escrever ‘obrigado’ em todas, mas ainda não compreendo. Parabéns por que, crianças? Nascer nessa data há duas décadas? (Falem com meus pais, gente, o mérito não é necessariamente meu). Em casos onde a situação se inverte, o procedimento para não parecer incoerente com o maldito vocábulo é postar no mural do aniversariante um discreto: “parabéns por ter nascido”... O truque consiste em deixar o sujeito saber por qual motivo ele deve se sentir orgulhoso, mesmo que não faça sentido.

Ainda que esse problema possa ser contornado, resta um outro incômodo: ‘parabéns’ é o plural desse treco ambíguo. O singular é (e por que, meu Deus?) PARABÉM. Inclusive o Word não tacha de vermelho o ‘parabém’; mais uma evidência do lado sombrio desse substantivo suspeito. Então como fazemos? Como escolher quantos disso nós ofereceremos? Por afinidade? Uma amiga íntima recebe a quantidade de 10 parabéns, enquanto um colega recebe 6 e aquela inimiga recebe apenas um pobre, solitário e feio “parabém” por educação? A reforma ortográfica veio e foi embora, amigos. Então me respondam: ficaremos parados esperando uma que mude coisas realmente importantes? Não? Se você é um dos meus e já se encontra abrindo uma nova aba para criar uma petição no Avaaz e reverter essa situação, ficam aqui minhas centenas de parabéns.

Este post foi escrito por Marcos Adriano quando colaborador do Entre Sujeitos e Verbos

Anos 1 a 4

A Invenção de Hugo Cabret

18:21

Uma homenagem a George Meliés e seu legado


A Chegada de um Trem na Estação, 1895
A invenção do cinema é atribuída aos irmãos Auguste e Louis Lumière. Eles foram os primeiros a produzirem e projetarem em uma tela fotos em alta velocidade que reproduziam com excelência (para a época) movimentos. O primeiro filme, La Sortie des usines (A Saída dos Operários da Fábrica, 1895), retratava justamente isso, em quase um minuto de duração. A partir daí se seguiram uma série de curtas, produzida pelos irmãos Lumière, mostrando coisas simples, como L'Arrivée d'un train en gare de La Ciotat (A Chegada de um Trem na Estação, 1895), onde na sala de projeção pessoas saltaram da cadeira ao verem um trem vindo em sua direção. Vários filmes foram realizados do fim do século XIX ao início do século XX. Os irmãos, porém, não viam futuro em sua invenção. Não podiam estar mais errados!

Ilustração do Livro A Invenção de Hugo Cabret,
 
baseado numa foto do filme Le voyage dans la Lune (1902),

de George Meliès.
Grande pioneiro da narrativa fantástica nas telonas, George Meliès fez mais de 500 filmes, de diversos gêneros. Grande explorador de efeitos visuais, investiu em seus filmes. Criativo, sagaz. Um sonhador. É em homenagem a esse grande cineasta que Brian Selznick construiu A Invenção de Hugo Cabret (The Invention of Hugo Cabret, 2007). A narrativa mista do livro causa a sensação híbrida provida pelo cinema, onde a imagem junto ao áudio são armas para a construção da narrativa, de forma lógica. De forma paralela, as ilustrações fantásticas e a narrativa simples e direta facilita o dinamismo e a imersão na história. Uma visão cinematográfica impressa em páginas e encadernada. Uma digna homenagem ao construtor de sonhos, o senhor Meliès, que engatou a segunda marcha da elegante, fantástica, idealística e belíssima sétima arte.

*Os filmes de Meliès estão disponíveis gratuitamente em domínio público. A obra completa do cineasta não está disponível, já que parte dela foi perdida ou destruída com o tempo.


Veja abaixo o curta de George Meliès, Le voyage dans la Lune (1902):




Anos 1 a 4

2 anos de ESV: novos colaboradores, novos temas

08:54


Queridos leitores,

não escrevi nada no domingo devido a correira da vida, mas claro que não esqueci que o Entre Sujeitos e Verbos estava completando 2 aninhos de vida. Já falei milhões de vezes como esse espaço é especial para mim e como não pretendo abandoná-lo. Ando cheia de projetos e coisas para fazer, então tenho menos tempo para dar as caras por aqui, mas não vou sumir.

Além de agradecer a todos vocês que fazem tudo isso ter sentido nesses anos, hoje gostaria de trazer uma novidade: é com muita felicidade que apresento a vocês e dou boas vindas a três amigos e novos colaboradores do blog: Marcos Adriano, Carcará e Bardo (sim, os dois últimos são pseudônimos). Faz tempo que os dois tímidos anônimos me disseram que tinham interesse em escrever aqui e convidei Marcos, que aceitou imediatamente. Finalmente arrumei a casa para recebê-los.

Pedi para eles se apresentarem para vocês:

BardoGrande contador de histórias ruins desde tempos antigos, há milênios tentando contar uma história interessante, Bardo foi tomar sua cerveja dourada e por engano, bebeu água da vida (misturado com relaxante muscular Red Power) depois de certo alguém ter perdido seu cantil por aquelas bandas. Tomado de tamanho sopor, dormiu por eras, até acordar no século XXI. Maravilhado e assombrado, Bardo apaixona-se pela tecnologia e pelo filtro de água. Depois de passar por um tratamento de vermes, Bardo é apresentado ao cinema - TRECHO CORTADO DEVIDO A CHATICE CRÔNICA - e foi assim que Bardo perdeu um dente e o dedo miudinho do pé direito. Mas ele escreverá sobre cinema no blog Entre Sujeitos e Verbos após encher o saco da dona com concreto, almejando sucesso pela sua nova paixão.


Marcos Adriano: ex-químico, 'aspira' em jornalismo e futuro baleiro.
Olar, meu nome é Marcos, sou estudante de jornalismo na Ufba e esse corpo tem 20 anos de ossos velhos e cabelos opacos. Técnico em Química pelo Ifba, não segui na área porque não conseguia gravar o diagrama de Pauling. Dentre as minhas habilidades estão dançar o moonwalk e fazer aqueles biscoitinhos redondos com goiabada. Já vendi salgados em quiosque, já catei quiabo na roça e só Deus e Demi sabem pelo que mais eu passei.






Carcará: "If you reveal your secrets to the wind, you should not blame the wind for revealing them to the trees." (Kahlil Gibran) Não faço ideia do que colocar num descritivo. Mais um estudante de engenharia em uma pequena cidade, que pretende colocar algumas ideias no papel enquanto ainda lembra delas. Quando eu tive a ideia de escrever, não me recordava da necessidade de um nome. Vamos fingir que eu lembrei disso e selecionei um nome fantástico. Não que um nome seja importante. Enfim, vim para escrever sobre o que der. Abrass, Carcará.


Em breve os três começam a escrever por aqui.
Infelizmente, saí do projeto 5 on 5, por falta de tempo. Mas fotografia ainda vai aparecer por aqui e já tô preparando uns posts-tutorial pra vocês!
Também tô preparando os posts sobre jornalismo :)
 Acompanhem!

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A partir do dia 03/08/2013, as fotos são de autoria do autor do post, quando não indicado o contrário.
Antes dessa data, as fotos utilizadas aqui no blog foram encontradas na internet, quando não indicado o contrário. Se você é ou conhece o autor, informe nos comentários e colocarei os devidos créditos :)