O amor existe

22:18


Nunca acreditei em príncipe encantado, perfeição ou amor à primeira vista. Sempre me considerei romântica. Mas nunca acreditei em utopia. Amo sonhar e gosto muito da realidade. Da concretização dos sonhos. Sempre ignorei as coisas fantasiosas demais, porque elas não existem. Acho assim.

Sou realista, romântica, prática e dramática. Se é que se pode ser tudo isso de uma vez só. Acredito que dá. E sempre foi assim. Talvez isso tenha atrapalhado alguma vez. Talvez não. Não importa. Sempre gostei da ideia de beijo na chuva, troca de olhares, flores e chocolate. Mas não acreditava que isso pudesse existir muito além dos livros e filmes. Eu achava lindo, mas deveria ter um lado real daquilo. E eu achava que sabia.

Achava que paixão era amor. Que ausência era saudade. Que sentir falta vez ou outra era o fim de tudo. Até que apareceu esse tal moço. Que me mostrou que nunca tinha amado de verdade. Que ainda podia sentir as tais borboletas no estômago. Que saudade é algo que aperta o coração de verdade e até faz lágrimas surgirem.

Me tornei uma romântica completa. Dessas melosas mesmo. Dessas que eu não entendia. Dessas que dorme e sonha. Acorda sonhando. E sonha acordada. Dessas que encontra sentido em cada palavra de músicas e textos românticos. Dessas bem utópicas.

Se agora eu acredito em utopia? Não mesmo. Acredito, como sempre acreditei, que o amor existe. Que ele não é o culpado de nenhuma das tantas vezes em que é acusado. E todo mundo deveria ter a chance de descobrir isso um dia. Encontrar alguém pra ser amigo, companheiro, amor.

O amor existe, sim. Mesmo que tentem provar o contrário. E amar não tem nada a ver com borboletas (utópicas) no estômago. Ele é concreto e real. E vai muito além das palavras. São atitudes, gestos, toques, olhares. Pequenas infinidades. Que durem quanto tiver de durar. (E que seja sempre!)

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