O Primeiro Close-up da história do Cinema

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Este post foi escrito por Bardo quando colaborador do Entre Sujeitos e Verbos

A aurora do cinema, apesar de conter seus principais nomes no berço do esquecimento, contém várias mentes criativas que fizeram manobras de câmera singulares para a época, de modo que tornaram possível o desenvolvimento da linguagem cinematográfica, formando o alicerce para a formação dos grandes cineastas bem prestigiados hoje em dia. Como vimos em um artigo anterior, George Albert Smith é um desses pequenos grandes.

The Kiss in the Tunnel criou o primeiro travelling da história do cinema. Stanley Kubrick fará isso em 2001 – Uma Odisseia no Espaço, congruindo a mente a uma viagem espaço-temporal infinitesimal. Mas não foi apenas isso que G. A. Smith fez ao filmar. Em seu curta The Sick Kitten, de 1903, vemos um gatinho doente e uma garota lhe dando o conteúdo de um frasco rotulado “Fisik”.



E então um corte: G. A. Smith foca o gato lambendo a colher – ele quer mostrar o gatinho com mais detalhes. Em outros curtas como do cineasta Grandma's Reading Glass (1900) e As Seen Through a Telescope (1900), já se percebe a utilização de cortes e a fixação em alvos específicos. Porém a utilização do close, sem que o elemento filmador torne-se parte da cena (nos dois outros curtas a câmera vem a ser a visão do personagem), torna-se elemento da linguagem cinematográfica nesse curta sobre o gatinho doente.


Uma inovação que será por muitas vezes imitada e utilizada (o faroeste spaghetti de Sérgio Leone utilizará muito desse artifício na construção da tensão de cenas – como o foco nos entreolhares no desafio final entre o bom, o mau e o feio no filme Três homens em conflito). Ainda que tímido diante de tantas obras de grande importância na história do cinema, um marco a ser reconhecido.

Este post foi escrito por Bardo quando colaborador do Entre Sujeitos e Verbos

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