O beijo às escondidas de George Albert Smith

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Este post foi escrito por Bardo quando colaborador do Entre Sujeitos e Verbos


Os grandes produtores de arte que já existiram na história humana obtiveram seus resultados como reflexo de outros artistas, e de outras artes. Afinal, nada é inteiramente original. Com o cinema não é diferente. Mesmo que criada sem grandes pretensões no início, foi-se entendido a magnitude que poderia a máquina de gravar movimentos alcançar – ainda que de forma tímida no início, mas enfim conquistou o status de arte. O desenvolvimento – a aurora do cinema – das mentes dos pensadores do movimento gravado dá-se de forma bastante interessante e aprazível. E da matéria-prima do cinema – a luz – grandes manufatureiros realizaram essenciais produtos, ainda que pequenas frente as grandes produções cinematográficas que existem, para a diversidade de posições e movimentos de câmera tão amplamente explorados pelos grandes diretores atualmente.

George Albert Smith é um nome importante quando pensamos isso. Seus curtas são datados de 1897-1903 e podem ser encontrados facilmente pelo Youtube. Dentre seus 20 curtas, destacaremos dois nos quais podemos encontrar algumas inovações para a época: um que será rapidamente mostrado neste artigo e outro em um próximo. Apesar de simples, peço que o leitor possa situar-se no momento em que o cinema estava – no berço e mal havia aprendido a andar com as próprias pernas.

Apesar de ter havido produções anteriores onde momentos do dia-a-dia eram filmados, seus produtores não arriscavam pôr a câmera em locais que incrementassem a produção com especificidade e criatividade. A câmera em frente à cena filmava linearmente, sem cortes, close’s – sem edição. G. A. Smith, porém, cria o primeiro travelling:

The Kiss in the Tunnel (1899)


A câmera em cima de um trem cria um elemento fantasmagórico – um movimento que será amplamente utilizado por diretores respeitados – sua mente (do ponto de vista de quem assiste) vagueia pelo chão trilhado como se pudesse sentir o movimento de uma viagem de trem através do tunel à sua frente. E de repente o corte – um beijo lá dentro do trem, amável, às escondidas – e outro corte – a visão que adentrou a escuridão, agora contempla a luz vagarosamente. Ainda que sem grandes pretensões, a película traz algo de bastante novo para a época – o raciocínio na construção da filmagem.

A entidade cinematográfica, porém e felizmente, não se deu por satisfeita.







Este post foi escrito por Bardo quando colaborador do Entre Sujeitos e Verbos

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