O Primeiro Close-up da história do Cinema
12:37Este post foi escrito por Bardo quando colaborador do Entre Sujeitos e Verbos
A aurora do cinema, apesar
de conter seus principais nomes no berço do esquecimento, contém várias mentes
criativas que fizeram manobras de câmera singulares para a época, de modo que
tornaram possível o desenvolvimento da linguagem cinematográfica, formando o
alicerce para a formação dos grandes cineastas bem prestigiados hoje em dia.
Como vimos em um artigo anterior, George Albert Smith é um desses pequenos
grandes.
The
Kiss in the Tunnel criou o primeiro travelling da história do cinema. Stanley Kubrick fará isso em 2001
– Uma Odisseia no Espaço, congruindo a mente a uma viagem espaço-temporal infinitesimal. Mas não foi apenas isso
que G. A. Smith fez ao filmar. Em seu curta The
Sick Kitten, de 1903, vemos um gatinho doente e uma garota lhe dando o conteúdo
de um frasco rotulado “Fisik”.
E então um corte: G. A.
Smith foca o gato lambendo a colher – ele quer mostrar o gatinho com mais
detalhes. Em outros curtas como do cineasta Grandma's
Reading Glass (1900) e As Seen
Through a Telescope (1900), já se percebe a utilização de cortes e a
fixação em alvos específicos. Porém a utilização do close, sem que o elemento
filmador torne-se parte da cena (nos dois outros curtas a câmera vem a ser a
visão do personagem), torna-se elemento da linguagem cinematográfica nesse
curta sobre o gatinho doente.
Uma inovação que será
por muitas vezes imitada e utilizada (o faroeste spaghetti de Sérgio Leone utilizará muito desse artifício na
construção da tensão de cenas – como o foco nos entreolhares no desafio final
entre o bom, o mau e o feio no filme Três
homens em conflito). Ainda que tímido diante de tantas obras de grande
importância na história do cinema, um marco a ser reconhecido.
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